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PUBALGIA

pubagia

A pubalgia também chamada de pubeíte ou osteíte púbica é uma condição patológica da sínfise púbica ou púbis que é a articulação localizada na região anterior da pelve sendo uma região de grande solicitação biomecânica sendo considerada o centro de gravidade do corpo decorrente da forte relação anatômica da inserção dos músculos reto e oblíquos abdominais e origem da musculatura da região da coxa especialmente os adutores.

 

A osteíte púbica é uma condição que se manifesta de forma lenta e progressiva secundária ao processo inflamatório da sínfise e dos ligamentos e tendões da região tendo uma causa multifatorial não podendo ser atribuída a uma única causa tendo frequentemente uma relação com desequilíbrios musculares na região da sínfise especialmente encurtamento da musculatura adutora com enfraquecimento dos abdominais ou vice-versa. 

 

No esporte é muito comum a manifestação em praticantes de lutas marciais ou em futebolistas profissionais e amadores pelo fato de serem músculos muito utilizados no mecanismo do chute que engloba movimentos de hiperextensão repetitiva do tronco em associação com hiperabdução da coxa. Importante lembrar que diagnósticos diferenciais devem sempre ser descartados como causa das osteítes púbicas como as DST (doença sexualmente transmissíveis), bem como as chamadas pubeítes infecciosas secundárias as mesmas DST, doenças ginecológicas (endometrioses), urológicas (prostatites ou varicoceles), reumatológicas ou as hérnias na região abdominal ou inguinal (hérnia do esportista) sendo estas muito comuns em pacientes rotulados como portadores de pubalgia.

 

Como sintomas podem ser manifestas as dores na região do púbis tanto na região abdominal quanto virilhas definidas às vezes como sensação de “queimação” e também as dores irradiadas para testículos ou região perineal que se ocorrem principalmente no início da prática esportiva com piora após a mesma com muita dificuldade no dia seguinte até mesmo para caminhar. Estas queixas tendem a aumentar progressivamente levando até ao desestímulo e incapacidade para o esporte.

 

Para o diagnóstico da pubalgia são importantes o exame clínico ortopédico além de exames laboratoriais onde o ortopedista deve sempre pensar nos diagnósticos diferenciais e os exames radiológicos (RX simples e Ressonância magnética) que demonstram a sobrecarga da sínfise púbica onde pode estar presente somente o edema ósseo reacional ao stress articular até as alterações degenerativas articulares.

 

Preocupados com as pubalgias não musculoesqueléticas habitualmente solicitamos também avaliação de outros especialistas como um cirurgião geral para descartar as hérnias inguinais, pois como já falamos são comuns os casos de pacientes tratando como pubalgia quando na realidade não o são.

 

Os tratamentos são realizados com fisioterapia nas fases mais iniciais onde se prioriza o reequilíbrio da musculatura pélvica e abdominal associada ao uso de medicações anti-inflamatórias, sendo necessário o afastamento das atividades esportivas que geram dor. Infiltrações com corticoide têm sido amplamente usadas nos casos refratários ao tratamento conservador com fisioterapia e anti‐inflamatórios não hormonais, mas sua eficácia ainda é motivo de controvérsia na literatura.

 

Normalmente a osteíte púbica é uma patologia de lenta resolução havendo necessidade de compreensão e muita colaboração por parte dos pacientes, mas em atletas profissionais ou adolescentes que pretendem seguir carreira esportiva o afastamento prolongado (mais de 6 meses) pode comprometer o rendimento e, consequentemente, a carreira e por este motivo, havendo falha no tratamento conservador, pode-se optar pelo tratamento cirúrgico.

OSTEOARTRITE DE JOELHO

OSTEOARTRITE

A artrite é a inflamação de uma ou mais articulações. Dor, inchaço e rigidez são os principais sintomas da artrite. Qualquer articulação do corpo pode ser afetada pela doença, mas é particularmente comum no joelho.

A artrite do joelho pode dificultar a realização de muitas atividades cotidianas, como caminhar ou subir escadas. 

ANATOMIA

O joelho é a maior e mais forte articulação do corpo. É composto pela extremidade inferior do fêmur (osso da coxa), pela extremidade superior da tíbia (tíbia) e pela patela (rótula). As extremidades dos três ossos que formam a articulação do joelho são cobertas por cartilagem articular, uma substância lisa e escorregadia que protege e amortece os ossos conforme você dobra e estica o joelho.

 

OSTEOARTRITE

 

A osteoartrite é a forma mais comum de artrite no joelho. É um tipo de artrite degenerativa e desgastante que ocorre com mais frequência em pessoas com 50 anos de idade ou mais, embora também possa ocorrer em pessoas mais jovens.

Na osteoartrite, a cartilagem da articulação do joelho desgasta-se gradualmente. À medida que a cartilagem se desgasta, ela fica desgastada e áspera, e o espaço protetor entre os ossos diminui. Isso pode resultar em fricção óssea e produzir dor. E lenta e a dor piora com o tempo.

 

SINTOMAS

 

  • A articulação pode ficar rígida e inchada, dificultando a flexão e o endireitamento do joelho.

  • A dor e o inchaço podem piorar pela manhã ou depois de sentar ou descansar.

  • Atividade vigorosa pode causar aumento da dor.

  • O joelho pode travar ou travar durante o movimento. Ele pode ranger, clicar, estalar ou emitir um ruído de trituração (crepitação).

  • A dor pode causar uma sensação de fraqueza ou flacidez no joelho.

  • Muitas pessoas com artrite notam aumento da dor nas articulações com as mudanças climáticas.

 

Testes de imagem

  • Raios X. Esses testes de imagem fornecem imagens detalhadas de estruturas densas, como ossos. Eles podem ajudar a distinguir entre as várias formas de artrite. As radiografias de um joelho com artrite podem mostrar um estreitamento do espaço articular, alterações no osso e a formação de esporões ósseos (osteófitos).

  • Outros testes. Ocasionalmente, uma ressonância magnética (MRI) ou uma tomografia computadorizada (TC) pode ser necessária para determinar a condição dos ossos e tecidos moles do joelho.

Tratamento Não Cirúrgico

 

Modificações no estilo de vida. Algumas mudanças na sua vida diária podem proteger a articulação do joelho e retardar o progresso da artrite.

  • Minimize atividades que agravam a condição, como subir escadas.

  • O exercício é recomendado para a osteoartrite para melhorar a dor e a função. Mudar de atividades de alto impacto (como corrida ou tênis) para atividades de menor impacto (como natação ou ciclismo) permitirá que você seja ativo e, ao mesmo tempo, coloque menos estresse no joelho. Exercícios de equilíbrio, agilidade e coordenação, combinados com exercícios tradicionais, podem ajudar a melhorar a função e a velocidade de caminhada.

  • Perder peso pode reduzir o estresse na articulação do joelho, resultando em menos dor e aumento da função.

Fisioterapia. Exercícios específicos podem ajudar a aumentar a amplitude de movimento e a flexibilidade, além de ajudar a fortalecer os músculos da perna. 

 

Tratamento cirúrgico

 

Seu médico pode recomendar cirurgia se a dor causada pela artrite causar incapacidade e não for aliviada com tratamento não cirúrgico.

Osteotomia. Em uma osteotomia do joelho, a tíbia (tíbia) ou o fêmur (osso da coxa) é cortada e depois remodelada para aliviar a pressão na articulação do joelho. A osteotomia do joelho é usada quando você tem osteoartrite em estágio inicial que danificou apenas um lado da articulação do joelho. Ao transferir o peso do lado danificado da articulação, uma osteotomia pode aliviar a dor e melhorar significativamente a função do joelho artrítico.

Substituição total do joelho (prótese ou artroplastia). O seu médico removerá a cartilagem e o osso danificados e, em seguida, posicionará novas superfícies articulares de metal ou plástico para restaurar a função do joelho.

Recuperação

Após qualquer tipo de cirurgia para artrite do joelho, há um período de recuperação. O tempo de recuperação e reabilitação depende do tipo de cirurgia realizada.

Seu médico pode recomendar fisioterapia para ajudá-lo a recuperar a força do joelho e restaurar a amplitude de movimento. 

Na maioria dos casos, a cirurgia alivia a dor e possibilita a realização das atividades diárias com mais facilidade.

MENISCO

LESÃO MENISCAL

Os meniscos são duas estruturas cartilaginosas em forma de “C” que temos em nosso joelho e que tem a função principal de atuar como amortecedores de impacto, mas também agindo como estabilizadores dos movimentos articulares. Por esse fato são frequentemente e diariamente submetidos à intensa sobrecarga em todas as atividades por nós desempenhadas e por isso podem sofrer lesões ou rupturas que tornam dolorosa a convivência com elas nas tarefas mais rotineiras em nossa vida diária.

 

 As causas mais comuns de lesão ou ruptura meniscal são as atividades esportivas nos jovens onde são exercidos movimentos de rotação e flexão, como no futebol, e nos indivíduos acima dos 50 anos as lesões mais comuns são as de cunho degenerativo, pois os meniscos acompanham nosso processo de envelhecimento fisiológico e se tornam menos elásticos com o passar dos anos tornando-se mais susceptíveis às lesões.

 

Nem sempre as lesões meniscais são passíveis de indicação de tratamento cirúrgico, como as que ocorrem no paciente mais velho. Muitas vezes essas lesões podem ser conduzidas clinicamente especialmente se os pacientes não têm uma atividade esportiva com exigência de grandes impactos e que, via de regra, apresentam boa resposta ao tratamento medicamentoso e fisioterápico. Costumamos afirmar aos paciente que quem escolhe qual a conduta é ele próprio e a sua convivência com a dor.

 

Já no paciente mais jovem não há muito espaço para o tratamento conservador ou não cirúrgico, uma vez que a lesão tende a incomodar nas atividades diárias, não somente nas esportivas. Nestas situações há que se considerar o tratamento cirúrgico da lesão meniscal.

 

Quando se trata de tratamento cirúrgico tanto no jovem quanto nos pacientes acima dos cinquenta anos falamos no procedimento de videoartroscopia, onde por meio de uma câmera de vídeo avaliamos toda cavidade articular e realizamos o procedimento adequado, seja uma meniscectomia (ressecção ou retirada de parte do menisco) ou então uma sutura meniscal. A técnica a ser utilizada depende da localização, da extensão e da viabilidade do tecido meniscal normalmente mais viável no paciente jovem onde a prioridade sempre é a sutura meniscal. Porém, nem sempre a sutura meniscal é garantia de que haverá total cicatrização da lesão, com possibilidade de reintervenção caso a dor persista ao longo do período pós-operatório.

 

 Após a cirurgia todos os pacientes são submetidos à tratamento fisioterápico com a diferença que naqueles submetidos à sutura meniscal há necessidade do uso de muletas pelo período aproximado de trinta dias.

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REABILITAÇÃO
LCA

A fisioterapia na reabilitação pós-operatória da reconstrução ligamentar

 

A fisioterapia tem importante papel na reabilitação da cirurgia do ligamento cruzado anterior (LCA), uma vez que de nada adianta uma cirurgia tecnicamente perfeita se o pós-operatório não foi realizado adequadamente. São os primeiros 3 a 4 meses pós cirurgia o período em que há necessidade de maior dedicação dos pacientes, pois disto dependerá o futuro da sua articulação sendo necessária o esclarecimento e compreensão por parte dos mesmos desta necessidade. A fisioterapia inicia no período imediato à cirurgia e muitas vezes já no período pré-operatório com orientações para o paciente a fim de evitar perda de massa muscular na coxa e manutenção da mobilidade articular. Após o segundo dia de cirurgia recebemos os pacientes a fim de iniciar de imediato a mobilização articular com estimulação do processo cicatricial do ligamento reconstruído, pois sabemos que quanto maior a demora maior a dificuldade será enfrentada pelos pacientes nesta fase e nas subsequentes.

 

Fases de cicatrização do LCA e reabilitação

 

O conceito da cicatrização do enxerto e aderência aos túneis após a reconstrução do ligamento cruzado anterior deve ser desenvolvido em paralelo à reabilitação e ao treino do paciente. Ao processo de integração do enxerto aos túneis ósseos, chamamos de ligamentização que segue algumas etapas, nas quais haverá alteração na resistência do enxerto. É importante que o paciente entenda que mesmo que ele esteja se sentindo muito bem, o enxerto estará em alguma fase da ligamentização e que seja mantida a adesão ao tratamento fisioterápico.

 Imediatamente após a reconstrução do ligamento cruzado anterior, há sangramento articular e indução de mediadores da inflamação. Haverá então, sequencialmente:

 

1. Necrose: O enxerto avascular é invadido por células inflamatórias. Dura, em média, 2 a 3 semanas.

2. Revascularização: Penetração de vasos sanguíneos no enxerto avascular. Leva de 4 a 6 semanas.

3. Repopulação: Há ploriferação celular. Dura, em média, de 6 a 12 semanas.

4. Reestruturação da matriz extra-celular:  Dura de 4 a 6 meses.

5. Sinovialização: Também conhecido como estágio de remodelação lenta. Seria o estágio final e lento da cicatrização. Nesta fase, o enxerto estará macroscopicamente e estruturalmente, muito semelhante ao ligamento cruzado anterior previamente existente. Dura de 6 a 12 meses.

 

Com relação à resistência do enxerto, verifica-se a seguinte progressão:

 

• 53% até o 3º mês

• 45% do 3º ao 6º mês

• 81% do 6º ao 9º mês

• 90% no 12º mês

 

Note que do 3º ao 6º mês, em tese, seria a época de menor resistência do enxerto e coincide com a fase de 100% de independência para atividades da vida diária, como subir e descer escadas, dirigir e trotar. Mesmo após uma reabilitação muito bem feita, o retorno ao esporte ainda é contraindicado, pois uma entorse aparentemente inócua pode afrouxar o enxerto e comprometer o resultado da cirurgia.

 

Reabilitação x ligamentização

 

 Como dito anteriormente, a “ligamentização” é a cicatrização e aderência do enxerto do LCA aos túneis ósseos. É um processo que se inicia imediatamente após a cirurgia e se completa após 01(um) ano. Passa por diversas fases até que o enxerto seja igual ao ligamento nativo de maneira micro e macroscópica.

 Neste período, o objetivo da reabilitação é manutenção da amplitude de movimento, retorno da força muscular, treino de equilíbrio (proprioceção) e tratamento dos déficits e desequilíbrios musculares. As fases da reabilitação correm em paralelo com a da ligamentização. A cada mudança de fase é importante que seja feita uma reavaliação ortopédica para conferir a reação do joelho ao tratamento cirúrgico.

 

Fases de reabilitação do ligamento cruzado anterior

 

Fase I (1º sem):

 Objetivo – controle da dor e edema;

 Repouso relativo;

 Exercícios isométricos para quadríceps;

 Marcha com muletas e carga parcial;

 Especial atenção deve ser dada para que se consiga a extensão completa do joelho.

 

 Fase II (2º a 4º semana):

 Objetivo – ganhar arco de movimento (mínimo de 0º a 90º);

2º semana: exercícios isométricos, flexão ativa (em prono ou sentado) e mobilização da patela;

 Ganho progressivo de ADM, até flexão simétrica em relação ao lado contralateral;

 Retirada das muletas;

 3º semana: inicia bicicleta estacionária sem carga;

 4º semana: acrescenta ½ kg de carga nos exercícios isométricos.

 

 Fase III (2º mês):

 Objetivo – iniciar ganho muscular e controle motor;

 Alongamento de isquiotibiais, muito cuidadoso se o enxerto utilizado foi o semitendíneo;

 Treinamento de marcha, iniciar o apoio com o calcanhar, forçando a extensão, sem claudicar (mancar);

 Carga progressiva nos exercícios isométricos.

 

 Fase IV (3º e 4º meses):

 Objetivo – incentivar ganho muscular e propriocepção;

 Inicio das atividades em academia de ginástica (poderá se iniciado antes, desde que autorizado pelo cirurgião);

 Exercícios de cadeia cinética fechada – bicicleta, “leg press”, mesa flexora, “stepper”; Exercícios proprioceptivos;

 Manter os exercícios isométricos;

 Inicia corrida progressiva (esteira).

 

 Fase V (após 4 meses):

 Treinamento dos exercícios de impacto;

 Inicia corrida progressiva (pista);

 Alongamentos gerais.

 

 Fase VI (após 6 meses):

 Treinamento esportivo e programa de manutenção;

 (exercícios aeróbicos e localizados);

 Incentivado o treinamento esportivo específico do paciente, sem competição.

 

  Fase VII (após 9 meses):

 Retorno ao esporte competitivo dependendo das condições musculares do paciente

CALCANEODINIA

CALCANEODINIA

A dor embaixo do calcanhar é uma queixa muito frequente tendo como consequência muita dificuldade para caminhar o que representa afirmar que as pessoas tem dor constante na marcha ou somente pelo fato de ficar de pé. As causas para estas dores – chamadas de calcaneodinias – são várias e podem ser secundárias a um evento traumático como os pós-fraturas do calcâneo até o processo natural do envelhecimento fisiológico, pois gradativamente vamos perdendo por atrofia natural a camada de gordura protetora (coxim gorduroso) que existe abaixo do calcanhar, associada ao impacto repetitivo.

 

Uma das condições mais comuns na origem da calcaneodinia são as chamadas fascites plantares. Na região plantar temos uma musculatura  protetora da planta do pé chamada de fáscia plantar que se estende desde  região anterior do pé junto dos dedos até o calcanhar e em função da presença de um encurtamento desta musculatura poderá surgir um quadro inflamatório denominado então de fascite, patologia que causa muita dor e desconforto especialmente nos primeiros passos ao levantar da cama pela manhã ou durante as madrugadas com a sensação de que há uma “fincada ou espetada” na região do calcanhar.

 

Com o passar do tempo havendo cronificação deste quadro inflamatório há uma tendência, em função da tensão exagerada exercida pela musculatura encurtada, uma ossificação no calcâneo que é popularmente chamada de “esporão do calcanhar”.

 

No dia a dia o uso pelas mulheres de sandálias tipo “rasteirinha” ou homens com sapatos com solado de couro onde a absorção do impacto também é bem menor, a prática de caminhadas sem um tênis adequado que absorva o impacto gerado pelo peso corporal sobre o calcanhar e principalmente as caminhadas ou corridas realizadas na beira do mar descalço podem desencadear as calcaneodinias.

 

Estas condições são tratadas basicamente com uso de calçados adequados com boa proteção anti-impacto, medicamentos anti-inflamatórios, fisioterapia, uso de órteses (palmilhas siliconadas ou splint noturno para alongamentos da musculatura plantar) e nos casos mais resistentes a infiltração local com corticoesteróides, a terapia por onda de choques (TOC- ver matéria no blog) e até mesmo cirurgia, porém sendo indicada somente após falha de todas as outras alternativas de tratamento. 

 

De qualquer forma advertimos que as calcaneodinias exigem muita paciência por parte dos pacientes, pois sua resposta ao tratamento ocorre de forma lenta e gradual.

Uso de bengalas ou andadores: Quando e por quê?

Bengalas

Bengalas ou andadores são definidos como meio auxiliares na locomoção e são considerados como órteses que são todas estruturas usadas como apoio ou dispositivo externo modificando os aspectos funcionais ou estruturais do sistema musculo-esquelético. Suas aplicações comuns são nos casos de reabilitação pós-operatória ou pós-trauma com a finalidade de retirar o apoio do membro lesado ou operado. Outra frequente indicação de uso, porém nem sempre muito fácil de convencê-los ao uso é no indivíduo idoso, com a indicação de auxílio no equilíbrio estabilizando a marcha ou prevenindo quedas e consequentemente fraturas. Quando citamos a dificuldade em convencer o idoso ou aquele indivíduo mais jovem com dificuldade na marcha é porque a prática nos mostra que principalmente os primeiros tem uma grande rejeição ao uso especialmente por receio do que “os outros pensarão a meu respeito, que estou inválido” ou pela não aceitação de uma nova condição na sua rotina, que é o processo natural do envelhecimento e com ele a degeneração das principais funções motoras e proprioceptivas.

 

Ressalto que o uso de bengalas ou andadores trás aos idosos, que com frequência são portadores de dores crônicas secundárias às doenças degenerativas e com elas a falta de força muscular, uma maior segurança no caminhar por diminuição da carga nos membros inferiores e por aumento da base de apoio.

 

 O momento ideal para o início do uso das bengalas ou andadores deve ser definido pelo médico assistente ou fisioterapeuta e também pelos familiares e se dá quando há exacerbação da dor na marcha e falta do equilíbrio que levam a possibilidade de quedas.

 

Como qualquer órtese as bengalas ou andadores devem ser adequadamente escolhidas a fim de propiciarem conforto aos pacientes e estes devem ver o acessório como auxiliares e não inimigos na sua rotina. Órteses mal escolhidas ou mal adaptadas provocam desconforto e induzem ao desuso.

Quais tipos de bengalas existem?

 

1. Bengala tradicional reta:  aquela que tem o cabo em formato de T que possibilitam um melhor apoio com menor pressão sobre o punho, ao contrário daquelas bengalas que tem o apoio curvo tipo cabo de guarda-chuva. Podem ser usadas as cordinhas de segurança, caso haja necessidade de usar as mãos a bengala não caia no chão.

2. Bengala com curvatura proximal: São melhores para os pacientes que necessitam apoiar o peso do corpo na bengala, como os portadores de artrose do quadril ou joelho.

3. Bengalas com apoio múltiplo (três ou quatro): há aumento da área de apoio e permitem maior descarga do peso corporal com vantagem de poderem ser largadas ficando apoiadas liberando as mãos dos pacientes para outras atividades.

Quais tipos de andadores existem?

 

1. Andador tradicional: É o de maior estabilidade, mas gera uma caminhada mais lenta porque o paciente tem que elevar o andador para se locomover associada a perda de força nos membros superiores.

2. Andador com rodas frontais: São de uso mais facilitado para os pacientes que tem dificuldade para uso do andador tradicional e que caminham mais rápido, pois as rodas dianteiras permitem a manutenção do padrão de marcha mais próximo do normal, mas lembrando que as rodas anteriores reduzam a estabilidade do andador.

 

 

 

 

 

3. Andador de quatro rodas: Utilizados pelos pacientes mais ativos que usam o andador para maior equilíbrio, porém não sendo indicados para pacientes com perda de equilíbrio haja vista em alguns momentos não conseguirem controlar o andador podendo resultar em quedas. Interessante destacar que em alguns dos modelos com duas ou quatro rodas há a possibilidade do uso dos assentos possibilitando o repouso.

 

Como adaptar a órtese?

 

Importante destacar que há a necessidade de uma adaptação destas órteses a para cada paciente e por isso as reguláveis são as mais adequadas. As mãos do paciente devem estar junto à altura da articulação do quadril ficando o cotovelo discretamente fletido e sempre devem ser usados no lado não comprometido, ou seja, no lado não machucado ou degenerado e além disso sempre na lateral e não à frente dos pés para não tropeçar. Caso o comprometimento bilateral a indicação melhor seria para o uso de um par de muletas que poderão ser as muletas canadenses (com apoio nos antebraços) ou axilares, estas normalmente mais incômodas que as canadenses. E não esquecer de trocar frequentemente as borrachas, pois elas se desgastam com o uso e podem predispor aos escorregões.

         

Normalmente a melhor conduta quando do início do uso de bengalas, muletas ou andadores seria uma orientação adequada por um fisioterapeuta que possibilitaria o treino e certamente uma maior aceitação no uso das mesmas.

O que não fazer com seus exames

exames

Diariamente convivemos com pacientes extremamente preocupados com os resultados dos exames radiológicos ou laboratoriais  que foram solicitados por nós mesmos ou por outros colegas, em função de que demonstraram  no laudo (especialmente os radiológicos) alterações que eles julgam de grande importância e gravidade.

 

Não raro são os casos, muito pelo contrário, em que antes de retornar com o exame aos seus médicos os pacientes já pesquisaram na internet e encontraram vários sinônimos para as expressões utilizadas nos laudos, fato este que gera desconfiança em relação a sua situação e o que é pior, pode conduzir a uma condição que não condiz com a realidade trazendo preocupações, sofrimentos e ansiedade totalmente desnecessários.

 

É importante destacar que os laudos de exames complementares, ou seja, todos aqueles que complementam os achados da consulta médica (história e exame físico) são emitidos pela percepção e interpretação de imagens (no caso de exames radiológicos) ou de dados (nos exames bioquímicos) levando sempre em consideração que estes profissionais não tem muitas vezes dados da avaliação clínica tendo na maioria das vezes informações restritas relativas à indicação do exame solicitado.

 

Os resultados de exames não devem ser interpretados isoladamente por ninguém e sim como resultado de uma avaliação clínica estabelecendo relação entre achados clínicos e radiológicos ou laboratoriais e se assim ocorresse desnecessária seria a consulta que gerou o exame. Outra situação comum são aquelas em que familiares aproveitando suas consultas nos levam exames de pessoas não presentes à consulta desejando orientações ou condutas e sempre são alertados de tal impossibilidade, por que simplesmente elas não estão presentes.

 

Temos tido também em número cada vez maior, com o advento de recursos tecnológicos como o whatsapp ou facebook, a experiência de pacientes enviarem seus laudos ou imagens para saber “a gravidade do quadro” ou “se tem indicação de cirurgia ou não e quanto custaria o procedimento” e em resposta informamos que ainda deve existir o contato interpessoal para que seja possível estabelecer condutas, pois a tecnologia nos põe mais facilmente em contato, mas não substitui o aperto de mão.

 

Não nos esqueçamos de que como paciente, e isto inclui também o próprio médico nesta condição, procure ao ler o resultado dos exames (e isto é inevitável) não interpretá-los, uma vez que pode trazer ansiedades e preocupações desnecessárias, deixando que seu médico estabeleça relação com o seu quadro clínico avaliando seu real significado.

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